Reflexão litúrgica: segunda-feira, 19/02/2024 – 1ª Semana da Quaresma

18 de Fevereiro de 2024

"Reflexão litúrgica: segunda-feira, 19/02/2024 – 1ª Semana da Quaresma"

SEREMOS JULGADOS PELO AMOR E PELO COMPROMISSO COM A DIGNIDADE HUMANA 

Na Liturgia desta segunda-feira, 1ª Semana da Quaresma, vemos, na 1ª Leitura (Lv 19,1-2.11-18), uma indicação do modo concreto de viver a santidade. A caridade para com o próximo reflete em nós a santidade de Deus. Temos que acrescentar, com Santo Agostinho, que a grande realização da caridade é a de tornar-nos semelhantes a Deus, já que ela nos faz capazes de amar os outros, não somente como a nós mesmos, mas do modo como Deus os ama. Para Agostinho, a questão da semelhança do homem com Deus tem dois aspectos. O primeiro diz respeito ao momento da criação, quando Deus faz o homem à sua imagem e semelhança; neste sentido, todo homem carrega dentro de si esta imagem divina. Um segundo aspecto é quando o homem, por sua livre vontade, deve esforçar-se para imitar o modo de amar de Deus; neste último, tornam-se semelhantes a Deus os que O buscam e O amam verdadeiramente. “A caridade é o único sinal que distingue os filhos de Deus dos filhos do demônio” (Comentário da 1ª Epístola de São João V, 7). Assim como entre os homens é a semelhança física o que caracteriza alguém como filho de outrem; do mesmo modo, o sinal distintivo dos verdadeiros filhos de Deus é, exatamente, a vivência da caridade. Embora muitos aleguem serem filhos de Deus, somente os que amam com caridade, de fato, o são. Seremos felizes nesta vida e por toda eternidade, se todas as nossas ações forem movidas pelo amor, mas não por qualquer amor, e sim por aquele que chamamos de amor fraterno ou de perfeita caridade. 

O Evangelho (Mt 25,31-46), mostra qual será o conteúdo do juízo final. As pessoas vão ser julgadas pela fé que tiveram em Jesus. Fé que significa reconhecimento e compromisso com a pessoa concreta de Jesus. Porém, onde está Jesus? Está identificado com os pobres e oprimidos, marginalizados por uma sociedade baseada na riqueza e no poder. Por isso, o julgamento será sobre a realização ou não de uma prática de justiça em favor da libertação dos pobres e oprimidos. Esta é a prática central da fé, desde o início apresentado por Mateus como o cerne de toda a atividade de Jesus: “cumprir toda a justiça” (3,15). É a condição para participar da vida do Reino. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças - Sarandi - PR