Reflexão Litúrgica: Terça-feira, 16/04/2024, III Semana da Páscoa

15 de Abril de 2024

"Reflexão Litúrgica: Terça-feira, 16/04/2024, III Semana da Páscoa"

SOMOS CHAMADOS A PRODUZIR OBRAS NO ESPÍRITO 

Na Liturgia desta terça-feira da III Semana da Páscoa, vemos, na 1ª Leitura (At 7,51-8,1a), o discurso de Estêvão e o relato de seu martírio. Estêvão, num ato corajoso, se defende acusando seus algozes de traição, assassínio e desobediência a Deus, pessoas que manipulam o templo para legitimar um Estado que oprime o povo. Estêvão, também faz uma profissão de fé reconhecendo em Jesus o verdadeiro filho de Deus, torna-se assim o primeiro mártir da caminhada cristã. 

Esta leitura mostra a trágica aventura do povo que diz “não” a Deus e rejeita os mediadores da salvação. O povo de Deus se trai a si mesmo quando rejeita o projeto de Deus, trai a própria missão e torna-se assassino afastando-se da salvação em Cristo.  

Entre os carrascos de Estêvão, destaca-se um fariseu radical de nome Saulo, que irá liderar violentas perseguições contra as comunidades cristãs, mas, no caminho encontra Jesus que o interroga e o faz cair por terra, então ele abandona todos seus planos maléficos, se converte e se torna o grande apóstolo dos gentios. 

No Evangelho (Jo 6,30-35), vemos que as pessoas procuram Jesus, não para escutar suas palavras e aprofundar sua mensagem, mas porque querem milagres. Hoje, também, vão procurar portas que prometem milagres, uma religião-mercado que satisfaça os interesses materiais e imediatos: “Estais me procurando não porque vistes sinais,mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos” (Jo 6,26). 

Jesus critica essas atitudes e sugere outra procura, a fé: Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna” (Jo 6,27). Somente Deus pode saciar nossa fome de vida. O encontro com Cristo na Comunidade e, principalmente, na Eucaristia, é o momento em que preenchemos nosso coração insatisfeito e vivificamos nosso espírito. Como Maria, somos chamados a produzir obras no espírito: “Maria concebeu pelo poder do Espírito Santo”. Toda a Vida de Jesus Cristo manifesta “como Deus o ungiu com o Espírito e com poder” (At 10,38). 

Quando pessoas vêm até mim (padre) para pedir bênçãos, pensando somente em prosperidade econômica, geralmente, rezo, sim, pedindo essa bênção, mas acrescento o pedido da bênção da fé e do conhecimento, pois, se assim receberem, certamente, entenderão que Jesus não veio somente para transformar as pedras em pão, mas para ensinar que o amor e a partilha produzem pão em abundância. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR