Orientações para a Semana Santa e Páscoa na Arquidiocese de Maringá

30 de Março de 2020

Orientações para a Semana Santa e Páscoa na Arquidiocese de Maringá

Por ocasião da Semana Santa, o Administrador Apostólico da Arquidiocese de Maringá, Dom João Memede, divulgou hoje orientações pastorais para serem seguidas por todas as paróquias da arquidiocese.  

                                                                


Aos Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas

e Leigos da Arquidiocese de Maringá


ORIENTAÇÕES PARA A SEMANA SANTA E A PÁSCOA


Caríssimos/as:


Daqui oito dias começa a Semana Santa, núcleo central do Ano Litúrgico. Desta feita, temos circunstâncias que impedem celebrações com a participação do povo. Todos concordamos que a pandemia do COVID-19 exige que cuidemos da saúde e da vida, uns dos outros e colaboremos com as autoridades da área.


A Santa Sé já deu instruções para a Igreja inteira quanto às celebrações da Páscoa.


Apresento, a seguir, orientações específicas para a Arquidiocese de Maringá, a fim de que procedamos em unidade. A celebração da Páscoa (o Tríduo Pascal inteiro, que inicia com a Missa “da Ceia do Senhor” na Quinta-Feira santa) não se suprime nem se adia, mas deve ser feita nos dias previstos e nas condições possíveis. Aconselho os Sacerdotes a transmitirem todas as celebrações pelas mídias. Se precisar auxiliares, que sejam no número mínimo e pessoas que não pertençam ao “grupo de risco”. O povo seja orientado a participar em suas casas acompanhando as transmissões, que devem ser feitas “ao vivo” e não retransmitidas posteriormente.


Domingo de Ramos: Os Padres celebrem em privado, sem benção, nem procissão de ramos. O resto segue conforme rito próprio. Avisar o povo para ter em mãos algum ramo verde durante a celebração, sem que isso implique em “benzer os ramos”. Importa o sinal dos ramos verdes, e não a benção, como tal. Não se omite a leitura da Paixão de Cristo. Para o “gesto concreto de solidariedade”, da Campanha da Fraternidade, os fiéis serão convidados a fazerem a própria oferta em outra ocasião, designada pela CNBB.


Missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais: Em vista do significado dessa celebração para todos os Padres e para a comunhão eclesial na Arquidiocese, e para que também o povo possa participar, ela será adiada para outra data a ser confirmada. Enquanto isso, o Santo Crisma e os óleos dos catecúmenos e dos Enfermos da celebração de 2019 seguem sendo usados.


Missa “da Ceia do Senhor” e da instituição da Eucaristia, Quinta-Feira Santa, passado o pôr do sol: os Padres celebrem em privado e transmitam ao povo. Omitem-se o Lava-Pés e a adoração eucarística presencial. O próprio Padre, porém, após a Missa, permaneça por algum tempo, em oração diante da Eucaristia, colocada no tabernáculo (não no ostensório). A adoração também seja transmitida, com o convite para que o povo a acompanhe em suas casas. Este momento pode ser muito rico e expressar a ‘comunhão’ do povo com o Padre em torno de Jesus, ‘vigiando com Ele’, como os apóstolos no Horto das Oliveiras.


Sexta-Feira Santa, pela manhã: aconselho que os Padres façam a Via Sacra em privado e a transmitam. Lembro que o Papa, às 13h do Brasil, preside celebração na Basílica de São Pedro, vazia de povo. Recordem também ao povo que é dia de jejum, abstinência de carnes e oração intensa.


Sexta-Feira Santa, à tarde: Os Padres celebrem, às 15h, e transmitam, a Comemoração da Paixão do Senhor, sem o povo e com o mínimo indispensável de ajudantes (que não pertençam ao grupo de risco). Seja efetuada a leitura da Paixão de Cristo e breve pregação. Omitam-se o ‘beijo da cruz’, a Via Sacra e a procissão do ‘Senhor morto’.


O ‘beijo da cruz’ pode se dar num crucifixo da família, nas casas. A Coleta para os Lugares Santos será transferida para outra data a ser indicada pela CNBB, provavelmente no dia 14 de setembro, Exaltação da Santa Cruz.


Sábado Santo: Como prescreve a Liturgia, este é um dia de penitência, recolhimento e preparação para a celebração da Vigília Pascal. Durante o dia, podem ser feitas orações e reflexões, em privado, convidando o povo a acompanhar pelas mídias, em suas casas. Há muitas possibilidades que podem ser exploradas e a própria Liturgia das Horas oferece indicações.


Após o pôr do sol, celebrar a Vigília Pascal, em privado, com o mínimo de ajudantes (não do grupo de risco), com transmissão ao vivo. Omitam-se o acendimento do ‘fogo novo’ e a procissão com o círio pascal. O mesmo seja aceso de maneira simples e faça-se o ‘Anúncio da Páscoa’ (Exsultet).


Sejam feitas pelo menos três leituras do Antigo Testamento, entre as quais a de Ex 14,15-15,1, com os respectivos Salmos, antes do início da Missa, e com o Glória. Omita-se a benção da água e a liturgia batismal. Mas faça-se a renovação das Promessas do Batismo. Pedir ao povo que, mesmo em casa, tenha velas acesas neste momento. A liturgia eucarística segue normal até o final.


Domingo de Páscoa: Celebrar pelo menos uma Santa Missa, com homilia, transmitida, em horário conveniente. Este é o Domingo mais importante do Ano Litúrgico.


Na Oitava da Páscoa: Aconselho celebrar diariamente a Santa Missa com transmissão. Há muito a ser redescoberto na Oitava da Páscoa! Aproveitemos esta “quarentena” para evangelizar um pouco mais e para fortalecer a fé e a esperança do povo.



Observações: 1) Preceito dominical: Vale o princípio geral: ‘ninguém pode ser obrigado a fazer o impossível’. Neste momento estamos na impossibilidade. Nem é necessário decretar a ‘suspensão do preceito dominical’.


                       2) Confissões: Não sendo possível as confissões, os Padres exortem os

                            fiéis ao exame de consciência, ao arrependimento sincero dos pecados e à renovação do propósito de busca de Deus e de vida santa. E que se confessem depois, na primeira ocasião que tiverem para isso.


                        3) Enfermos: Oportunamente um telefonema ou mensagem de vídeo pode ser uma forma de acompanhamento. E não nos esqueçamos dos pobres! Deus abençoe a todos!

                                                                       


   Maringá-PR, 30/03/2020




                                               Dom João Mamede Filho, OFM Conv.

                                              Administrador Apostólico de Maringá