Entidades: Conheça o trabalho do Lar São Francisco de Assis em Jandaia do Sul

19 de Novembro de 2016

Entidades: Conheça o trabalho do Lar São Francisco de Assis em Jandaia do Sul

A entidade é administrada pelo Movimento Cursilhos de Cristandade que esse ano completa 45 anos na Arquidiocese de Maringá


Primeiros passos

Os primeiros passos do Lar São Francisco tiveram início no ano de 1976, quando alguns casais da cidade de Jandaia do Sul/PR, paróquia São João Batista, foram convidados para participar de um encontro do Movimento Cursilhos de Cristandade em Maringá. Dois casais aceitaram o convite e voltaram do Encontro com um grande desejo: colocar em prática o Evangelho de Jesus Cristo por meio de ações concretas.

De início a ideia foi de criar um orfanato, então o casal procurou o pároco da época padre Mário Tésio que gostou da ideia e junto com o Movimento Cursilhos e outros parceiros firmaram o compromisso de  iniciar a construção. O lançamento da pedra fundamental da obra se deu em 14 de dezembro de 1977, contudo a entidade só seria inaugurada 10 anos depois.

Segundo o atual presidente do Lar São Francisco, Humberto Botti Castro, na época, a obra se constituía numa das maiores da região de Jandaia. Ao longo dos anos de construção as ideias foram amadurecendo e o plano inicial foi reformulado, dando origem a um local que oferecesse um “serviço de apoio” às mães que trabalhavam e não tinham onde deixar os filhos. Então, no dia 14 de dezembro de 1987 foi inaugurado, em regime de contraturno escolar, o Lar São Francisco de Assis. O Lar tem reconhecimento de utilidade pública federal, estadual e municipal,  é a primeira entidade de Jandaia a obter o registro junto ao Ministério da Assistência Social.


A rotina de quem acolhe com amor

O Lar São Francisco atende crianças de 6 a 13 anos – atualmente a frequência diária é de 170 alunos, sendo o número total de 190 atendidos pela entidade. Essas crianças são oriundas de famílias que não têm onde deixar os filhos enquanto trabalham e, encontram no Lar um local seguro, tranquilo, harmonioso, com o compromisso de defender a dignidade humana.

O presidente Humberto Botti Castro conta que a primeira atividade do dia é a oração, onde todos se reúnem para pedir a bênção e a proteção de Deus, tanto para cada criança, como para todos os funcionários e parceiros da entidade.

No decorrer do dia, inúmeras atividades educacionais e culturais são desenvolvidas, entre elas: reforço escolar, projeto de leitura, balett, xadrez; projetos com reciclagens, sucatas e artesanato.

O presidente da entidade destaca que além de todos os trabalhos desenvolvidos, no ano passado, foi firmada uma parceria com a Faculdade Federal do Paraná referente a um projeto piloto que é pauta do Ministério da Educação: o aprendizado através da tecnologia. Humberto salienta que as crianças que participam do projeto têm apresentado melhor desempenho no Ensino Regular. “Esse projeto ensina o aluno a pesquisar, adquirir o conhecimento por meio das tecnologias e ainda orienta o aluno aonde ele vai aplicar esse conhecimento”, explica Humberto.


Edilene Fantim de Castro, vice-presidente do Lar comenta que as datas comemorativas também são destaques dentro da rotina dos alunos, contudo há um diferencial no atendimento da entidade: a catequese semanal, que é ministrada pelo Movimento Cursilhos – lembrando que a obra é de confissão Cristã Católica, mas não há critério religioso para inserir a criança no Lar. Além da Catequese, há celebração da Palavra uma vez por semana e a Santa Missa uma vez por mês.


Única obra social administrada pelo Movimento de Cursilhos de Cristandade

O Lar São Francisco de Assis é a única obra social administrada pelo Movimento Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Maringá que este ano completa 45 anos. O presidente da entidade Humberto Botti,   que é cursilhista, conta que embora seja ‘apertado’, todos os meses a conta é fechada.  “O Lar recebe uma subvenção municipal que corresponde a 45% da receita da entidade, contudo os outros 55% vêm de promoções e doações mensais a partir do projeto intitulado “Amigos do Lar”, onde são feitas contribuições por meio de conta bancária ou carnê”, esclarece Humberto.  Algumas colaborações são oriundas dos presidentes dos bairros que recebem alimentos e destinam para o Lar. Para as datas comemorativas como a Páscoa ou Natal há o projeto “Madrinhas do Lar”, que nessas datas presenteiam as crianças da entidade. Alguns feitos, como a quadra esportiva foram alcançados por meio de Bazar da Receita Federal.

Edilene, vice-presidente, destaca que todas as vezes que é realizada alguma promoção o Movimento Cursilhos é quem encabeça, se dedica de corpo e alma, por isso o trabalho tem dado certo. “Tudo é feito com muito amor, muita dedicação e sem reclamações”, expõe.

Padre Maurício Vicente Ferreira, da paróquia São João Batista comenta que a comunidade de Jandaia tem consciência de ser Igreja e não deixa a desejar. “Todas as obras são bem estruturadas. Trabalha sem peso e com muito amor”, destaca.


Motivações para administrar

Para o presidente do Lar o trabalho é árduo, mas ao mesmo tempo muito prazeroso, pois para ele todo o cansaço se desfaz quando chega ao espaço e recebe o abraço de uma criança. “Fazemos pelas crianças aquilo que gostamos – quando perguntamos para as crianças do que elas gostam todas dizem: da comida. A maioria delas não tem uma refeição completa em casa. Fico muito empolgado e motivado quando vejo crianças que chegaram sem brilho algum nos olhos, às vezes tristes, com dor em suas histórias, e depois de um tempo elas se desenvolvem, crescem. É a mudança de rumo, a transformação chegando à vida delas”, relata  Humberto,emocionado!

A vice-presidente do Lar, Edilene, enfatiza que além dos trabalhos com as crianças há uma preocupação com as famílias que também estão recebendo orientação por meio de encontros referentes à educação, aos valores cristãos entre outros. O presidente do Lar é sempre um cursilhista que é eleito a cada dois anos.  Essa pessoa precisa estar atuante na comunidade e pode ser indicada ou passa pelo crivo do pároco da paróquia São João Batista.


29 anos – Transformações para melhor atender

Ao longo de 29 anos de trabalhos intensos e constantes muitas transformações e adequações foram ocorrendo. Hoje a entidade consegue atender aproximadamente 200 crianças com mão de obra qualificada – profissionais e voluntários capacitados para atender às exigências Legais.

Segundo Edilene, vice-presidente, a seriedade e a presteza com que os serviços são desenvolvidos geraram credibilidade junto a grandes parceiros como o Rotary e o Lion, entre tanto outros “amigos” que contribuem incansavelmente para a continuidade desta ação. “Tudo que é desenvolvido prestamos conta e registramos. Há um Conselho Fiscal responsável por isso”, revela Edilene.

Atualmente a entidade conta com 17 funcionários entre coordenadores, pedagogos, assistente social, psicólogos, monitores, cozinha e serviços gerais.


Lar São Francisco contemplado pelo Fundo Arquidiocesano de Solidariedade

O Fundo Arquidiocesano de Solidariedade-FAS, desenvolvido por meio da Associação de Reflexão e Ação Social/ARAS, é constituído através da Coleta Solidária que acontece todos os anos no Domingo de Ramos nas paróquias da Arquidiocese de Maringá. O FAS beneficia projetos sociais de geração de trabalho e renda relacionados ao tema da Campanha da Fraternidade. Ao enviar um Projeto na área de saneamento básico que visava à adequação das fossas do espaço da entidade, foram contemplados e o serviço já foi realizado. “Todo o serviço de saneamento básico relacionados a fossas foi reformulado e com o novo sistema o que levaria 10 anos para o solo ser poluído, agora levará 80 anos”, conta o presidente Humberto.


Igreja Católica agente nas grandes transformações sociais

Humberto, presidente do Lar São Francisco de Assis, destaca que a cidade de Jandaia do Sul tem uma comunidade católica muito feliz e atuante, pois há na cidade 06 obras sociais, às quais a Igreja está ligada – numa participação expressiva de muito amor e doação pelo próximo. “A paróquia São João Batista pode ser considerada uma Igreja expressiva/em saída, embora esteja localizada em uma cidade pequena sempre está com os braços abertos para acolher os mais carentes”, concluiu.

Edilene diz que a participação da Igreja é efetiva e vem ao encontro daquilo que o Papa Francisco nos pede: “os olhos voltados aos mais necessitados”. “Então a Igreja Católica é antes de tudo, movimento, uma ação transformadora que consegue chegar àqueles que mais precisam”, encerra.


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Jandaia do Sul / PR


Publicado na revista Maringá Missão de novembro de 2016

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