09 de Julho de 2018

"O amor na Família"

O amor na Família

Estamos vivendo um mundo onde as relações se tornam cada vez mais frias, frágeis, interesseiras e formais. Esse sintoma pode trazer consequências negativas para dentro de casa. Onde começa a reinar a lei: “cada um pra si e Deus por todos”, se perde o gosto de estar juntos, de conviver, de ter prazer em curtir o outro como um pedaço de mim.

Quando existir presença, valorização de quem está próximo, a vida tem sentido, as pessoas se sentem parte integrante e os laços de família se tornam fortes e duradouros. O Papa Francisco dizia: “As relações baseadas no amor fiel, até à morte, como o matrimônio, a paternidade, o ser filho ou irmão, aprendem-se e vivem-se no núcleo familiar. Quando estas relações formam o tecido básico de uma sociedade humana, conferem-lhe coesão e consistência. Portanto, não é possível fazer parte de um povo, sentir-se próximo, cuidar de quem está mais distante e infeliz, se no coração do homem estiverem fragmentadas estas relações fundamentais, que lhe dão segurança na abertura ao outro” (Mensagem por ocasião do I Congresso Latino-Americano de Pastoral Familiar, 5 de agosto de 2014).

Assim as dificuldades se superam com mais facilidades, e as noites que precisa passar em claro, para cuidar das crianças não é um problema, e sim uma satisfação, pois o amor é que faz a diferença. “Os filhos dão trabalho. Nós, como filhos, demos trabalho. Às vezes, em casa, vejo alguns dos meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras. Eles têm um bebê de um mês, dois meses. Eu lhes pergunto: ‘Não dormiste?’ Respondem: ‘Não, chorou a noite toda’. Na família há dificuldades, mas essas dificuldades são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de superar a dificuldade. Amor é festa, o amor é a alegria, o amor é seguir em frente (Papa Francisco na Vigília de oração com as famílias, Filadélfia, Estados Unidos, 26 de setembro de 2015).

Neste caminho a dois, não se pode deixar para depois o que não deu certo. A paz deve ser dada e recebida imediatamente após momentos de divergências ou intrigas. Desta forma um ajuda o outro a ser mais, e melhor.

Quando os rancores ficam armazenados só produzem afastamento, distâncias e o amor não circula. Muitas vezes a grande discórdia na família vem por causa da herança, do inventário dos bens deixados pelos pais ou avós. O pior de tudo que essas brigas chegam a tirar a vida um do outro, que resulta em discórdias intermináveis sem necessidade, só por ganância, pensando que vai viver aqui para sempre e que as portas do céu se abrem com dinheiro.

O que mais traz felicidade e paz de consciência são os bons relacionamentos, principalmente dentro do ambiente familiar. Sempre e em qualquer lugar, em qualquer situação de vida, o que fica para sempre são as obras de caridade, os gestos simples de promoção humana, as marcas do amor verdadeiro nos corações de quem amamos de verdade.

“O matrimônio é o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de ajudar o marido a ser mais homem. Este é o dever que tendes entre vós: ‘Amo-te e por isso faço-te mais mulher’ – ‘Amo-te e por isso faço-te mais homem’. É a reciprocidade das diferenças” (Papa Francisco Homilia em missa com o rito do matrimônio, Vaticano, 14 de setembro de 2014).

Dom Anuar Battisti