28 de Janeiro de 2019

"Gratidão ao padre Orivaldo Robles"

Esta semana vivemos aqueles momentos do cristianismo que em partes choramos e em partes nos alegramos. Felicidade em saber que o irmão Orivaldo Robles agora contempla a grandiosa vida eterna. Esta é a nossa esperança e certeza de fé. No outro lado, a tristeza natural e humana da perda, da despedida, do Adeus.

Padre Orivaldo Robles, monsenhor, foi um gigante. Como disse meu irmão no episcopado, Dom Murilo Krieger, Orivaldo foi “um soldado da primeira hora”, da Igreja em Maringá.

Nos deixou um legado imenso. Registrou e fez história. Fundou o jornal Maringá Missão; hoje nossa revista arquidiocesana. Escreveu a história dos 50 anos e dos 60 anos da Diocese de Maringá.

Intelectual de excelência. Talvez, um dos maiores intelectuais de Maringá. Extrapolou as paredes da Igreja e sempre manteve um diálogo com a sociedade. Era bem articulado, capaz de uma crítica inteligente como ninguém. A imprensa queria ouvi-lo. Foi articulista deste O Diário e de outros jornais. Grande amigo de Dom Jaime Luiz Coelho, viveu o início da nossa caminha pastoral. Preparou o terreno para nós.

Seu lado durão escondia um amor tão grande pelos próximos. Gostava do belo, das coisas bem feitas, primorosas. Não fazia nada sem o devido cuidado e zelo, pela Igreja, pela cidade, pelos seus. Se estava nas mãos dele, dava certo e seria bem feito.

Agradeço pela vida deste irmão e pelos que cuidaram dele. Orivaldo tinha seus familiares, mas a sua grande família foi o Coral Arquidiocesano, que nasceu na sua amada paróquia Santa Maria Goretti. O casal Elton e Denise estavam sempre próximos a ele.

Padre Virgílio cuidou com tanto carinho nas horas difíceis na casa paroquial, no percurso casa hospital, por inúmeras vezes.

A equipe médica sempre disposta e carinhosa. Foi uma grande luta, um calvário. Sofreu muito no seu final, mas deixou uma linda homilia sobre Nossa Senhora em sua última missa na Catedral Nossa Senhora da Glória.

Ele partiu na semana da Jornada Mundial da Juventude no Panamá onde o Papa Francisco encontra os jovens de todo mundo e apresenta Maria como modelo de discípula de Jesus. Louvado seja Deus pela vida do padre Orivaldo e pela presença do Papa no Continente da esperança.

Tenho certeza que muitos jovens irão para o seminário a partir do seu exemplo. Sua morte é semente. Nossa Igreja colhe e colherá muitos frutos da sua grandiosa e bem vivida vida presbiteral.


Dom Anuar Battisti