25 de Fevereiro de 2016

"Cidadania e voto consciente"

A cidadania começa em casa pela educação e bons hábitos, e necessariamente reflete na vida pública, na convivência com o diferente. Cidadão consciente não joga lixo na rua, não quebra garrafa na calçada, respeita os sinais de trânsito, sabe usar de gentileza em qualquer situação, responde com educação, não rouba sinal de TV a cabo, não sonega impostos, respeita para ser respeitado.

Pequenos gestos e atitudes são fundamentais para que a pessoa tenha êxito nos grandes desafios da vida. Assim somos corresponsáveis pelo bem comum.

Num país democrático, o maior gesto de cidadania é poder escolher os dirigentes políticos pelo voto livre e consciente. Este ano muitos jovens votarão pela primeira vez. Quanta responsabilidade pesa sobre nós!

Precisamos escolher gente capaz de governar, administrar o país, o estado, buscando em primeiro lugar o bem comum de todos, principalmente dos mais vulneráveis. Essa responsabilidade pesa forte na consciência de todos nós.

Ninguém pode “tirar o corpo fora” deste compromisso. E devemos ir além, cobrar, exigir, acompanhar e fiscalizar a execução dos programas de governo apresentados durante a campanha. O que posso fazer para tornar concreta as mudanças que desejo? As mudanças desejadas estão nas urnas no mês de outubro.

Elenco aqui algumas recomendações publicadas na cartilha de Orientação Política da CNBB: “O poder político vem do povo. Votar é um exercício inadiável de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem esse poder. O exercício do poder é um serviço ao povo.

Verifique se os candidatos estão comprometidos com a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e justa distribuição de renda, educação de qualidade, saúde, moradia, saneamento básico, e defesa do meio ambiente. O bom governante governa para todos e não para grupos de interesses e cargos de confiança. O homem público dever ter idoneidade moral. Cuidado com os candidatos da ‘ficha suja’.

Voto não é mercadoria. Diga não à corrupção. Voto não tem preso, tem consequência. Corrupto quem compra e corrupto quem vende. Teu voto não vale uma sexta básica ou o pagamento da conta da luz e da água. Nunca diga: ‘Ele rouba mas faz’. Você é ladrão com ele também.

O corrupto se não se arrepender vai para o inferno, afirmou o Papa Francisco. Nesta campanha veja os candidatos que respeitam a liberdade religiosa dos cidadãos. Cuidado com os candidatos religiosos fanáticos. Vote em quem defende a família segundo os planos de Deus e defende a da vida desde o nascimento até a morte natural. Veja bem que são os abortistas. Observe bem os candidatos que tenham vida de Igreja, antes das eleições, que participam da comunidade e estão comprometidos com a fé e a Igreja”.

Leve essas ideias para seu grupo de reflexão. Use a cartilha que a Igreja preparou para conversar em grupos, formar a consciência de verdadeiros cidadãos comprometidos por um Brasil cada vez mais justo e solidário. Nunca diga que política é coisa do diabo, mesmo que às vezes quase dá para acreditar. Política é a ciência de governar a cidade, e cidade são todos os cidadãos. “Não se cansem de trabalhar por um mundo justo e solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existe no mundo”! (Papa Francisco)

 

Dom Anuar Battisti é Arcebispo de Maringá