Reflexão litúrgica: Segunda-feira, 15/07/2024, Memória de São Boaventura, bispo e doutor da Igreja, XV Semana do Tempo Comum

14 de Julho de 2024

"Reflexão litúrgica: Segunda-feira, 15/07/2024, Memória de São Boaventura, bispo e doutor da Igreja, XV Semana do Tempo Comum"

JESUS SE IDENTIFICA COM A PESSOA DOS DISCÍPULOS, PORQUE ELES LEVAM AO MUNDO SUA PALAVRA E AÇÃO 

Na Liturgia desta segunda-feira, XV Semana do Tempo Comum, vemos na 1ª Leitura (Is 1,10-17) que não são sacrifícios ou práticas culturais que podem purificar o povo, mas só a prática da justiça e a misericórdia de Deus, sempre pronto a perdoar. 

Neste texto, o profeta condena a hipocrisia de uma sociedade que se contenta com exterioridades culturais, sem consequências para a vida prática. Deus detesta o culto realizado por uma sociedade que se estrutura sobre a injustiça. O que Deus quer, em primeiro lugar, é uma vida social que defenda os fracos, os fragilizados, os órfãos, as viúvas e liberte os oprimidos. E Deus não obriga; ele convida as pessoas a se decidirem: a conversão e a vida ou a teimosia e a morte. 

No Evangelho (Mt 10,34-11,1), vemos quais são as condições para o seguimento de Jesus: 

1ª) Vê-lo em todos, não só nos que pertencem aos nossos laços de sangue ou não são queridos: “Quem ama seu pai, sua mãe, seu filho... mais do que a mim, não é digno de mim”. 

2ª) Tomada de posição, romper com a sociedade do acúmulo e do vazio: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”. 

3ª) Renúncia, despojamento. A missão nos pede muito esforço, nos expõe, nos fragiliza, mas há uma promessa de vida nova: “Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. 

4ª) Prática da solidariedade. Jesus diz que ninguém ficará sem a recompensa: “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água... não ficará sem recompensa”. Um copo de água dado com amor sacia duas sedes: sede de água e de fraternidade, para quem dá e para quem recebe. 

Enfim, neste Evangelho, vemos que nem os laços familiares, nem as ameaças à própria vida, nada pode impedir o discípulo de testemunhar a justiça do Reino. Os discípulos não agem em nome próprio, mas seguem o mandamento de Jesus, o que exige fidelidade total. A missão deles deve inspirar-se nos profetas e nos justos. Jesus se identifica com a pessoa dos discípulos, porque eles levam ao mundo sua palavra e ação. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR