JESUS SE IDENTIFICA COM A PESSOA DOS DISCÍPULOS, PORQUE ELES LEVAM AO MUNDO SUA PALAVRA E AÇÃO
Na Liturgia desta segunda-feira, XV Semana do Tempo Comum, vemos na 1ª Leitura (Is 1,10-17) que não são sacrifícios ou práticas culturais que podem purificar o povo, mas só a prática da justiça e a misericórdia de Deus, sempre pronto a perdoar.
Neste texto, o profeta condena a hipocrisia de uma sociedade que se contenta com exterioridades culturais, sem consequências para a vida prática. Deus detesta o culto realizado por uma sociedade que se estrutura sobre a injustiça. O que Deus quer, em primeiro lugar, é uma vida social que defenda os fracos, os fragilizados, os órfãos, as viúvas e liberte os oprimidos. E Deus não obriga; ele convida as pessoas a se decidirem: a conversão e a vida ou a teimosia e a morte.
No Evangelho (Mt 10,34-11,1), vemos quais são as condições para o seguimento de Jesus:
1ª) Vê-lo em todos, não só nos que pertencem aos nossos laços de sangue ou não são queridos: “Quem ama seu pai, sua mãe, seu filho... mais do que a mim, não é digno de mim”.
2ª) Tomada de posição, romper com a sociedade do acúmulo e do vazio: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”.
3ª) Renúncia, despojamento. A missão nos pede muito esforço, nos expõe, nos fragiliza, mas há uma promessa de vida nova: “Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”.
4ª) Prática da solidariedade. Jesus diz que ninguém ficará sem a recompensa: “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água... não ficará sem recompensa”. Um copo de água dado com amor sacia duas sedes: sede de água e de fraternidade, para quem dá e para quem recebe.
Enfim, neste Evangelho, vemos que nem os laços familiares, nem as ameaças à própria vida, nada pode impedir o discípulo de testemunhar a justiça do Reino. Os discípulos não agem em nome próprio, mas seguem o mandamento de Jesus, o que exige fidelidade total. A missão deles deve inspirar-se nos profetas e nos justos. Jesus se identifica com a pessoa dos discípulos, porque eles levam ao mundo sua palavra e ação.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR




