JESUS ESTÁ VIVO NA COMUNIDADE QUANDO ESTA TEM COMPAIXÃO, É SOLIDÁRIA, COMUNICA A ESPERANÇA
Na Liturgia desta terça-feira da XXIV Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (1Cor 12,12-14.27-31a), o Apóstolo Paulo nos diz que cada pessoa é um dom para os outros e deve estar a serviço da comunidade e do bem comum. Os dons que Deus nos dá jamais devem ser usados para desunir, mas para o crescimento mútuo entre as pessoas. Cada pessoa é convidada a louvar a Deus pela diversidade de dons que se manifestam na comunidade. Deus não precisa nos pedir licença para se manifestar de forma diferente do que pensamos e agimos. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, nela Deus age: fala, ensina, cura, perdoa e salva.
No Evangelho (Lc 7,11-17), vemos um grande acontecimento: dois cortejos se aproximam da cidade de Naim.
- Um é formado por uma mãe viúva e seus amigos que levam um morto para a sepultura. Este cortejo é precedido por um cadáver, símbolo da humanidade que ainda não encontrou Cristo. Está a caminho do cemitério e vê a morte como uma derrota irreversível. Aqui são pessoas tristes, sem esperança que, mergulhados em situações de dor, veem esses acontecimentos como fins trágicos.
- Outro é formado por Jesus e seus discípulos, é precedido por Jesus, o ressuscitado, o vencedor da morte. Este cortejo representa a comunidade cristã radiante de alegria, em comunhão com Deus que a conduz à vida. Aqui são pessoas de cabeça erguida, firmes, decididas.
Os dois cortejos se encontram. Jesus interrompe a direção da morte, Ele se compadece da dor e das lágrimas da mãe viúva que representa toda a humanidade abatida e desesperada. Jesus visita o seu povo. Jesus está vivo na comunidade quando esta tem compaixão, é solidária, comunica a esperança. Jesus, pela comunidade, continua transformando pessoas e devolvendo-lhes o horizonte de uma vida digna e feliz. Os dois grupos glorificam a Deus: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. O Papa São João Paulo II nos diz: “Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem” (Exortação Apostólica Ecclesia in America, 67). Jesus é o rosto de Deus que ama a vida e se põe ao lado daqueles que a tem ameaçada. A Igreja, fiel ao Mestre, firma posição junto daqueles que estão com a vida em perigo. Seguir os passos de Jesus significa trilhar o mesmo caminho e assumir as mesmas atitudes. Somos convidados, em Jesus Cristo, a anunciar a esperança e o otimismo de viver a todos os que vivem o drama da dor e do sofrimento sem saída.
Concluo esta reflexão com uma manifestação do Papa Francisco que não se cansa de falar da Igreja em saída, da Igreja que deve chegar às periferias: “A Igreja é chamada a sair de si mesma e ir para as periferias, não apenas geográficas, mas também às periferias existenciais: as do mistério do pecado, da dor, das injustiças, das ignorâncias e recusa religiosa, do pensamento, de toda miséria. A Igreja ‘em saída’ é uma Igreja com as portas abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido” (EG, 46).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR




