Reflexão litúrgica: Terça-feira, 05/11/2024, XXXI Semana do Tempo Comum

04 de Novembro de 2024

"Reflexão litúrgica: Terça-feira, 05/11/2024, XXXI Semana do Tempo Comum"

TODOS PRECISAM DE CADA UM, E CADA UM PRECISA DE TODOS 

Na Liturgia desta terça-feira, 31ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura(Fl 2,5-11), o apóstolo Paulo nos interpela dizendo que nossa conduta deve sempre visar ao bem, ao bem maior: o bem comum: “Nada façais por competição ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros. Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus e não haja divisões no meio de vós.” 

Paulo, citando um hino conhecido, mostra qual é o Evangelho da cruz, o Evangelho autêntico, e apresenta em Cristo o modelo da humildade. Embora tivesse a mesma condição de Deus, Jesus se apresentou entre os homens como simples homem. E mais: renunciou a qualquer privilégio, tornando-se apenas homem que obedece a Deus e serve aos homens. Não bastasse isso, Jesus serviu até o fim, perdendo a honra ao morrer na cruz, como se fosse criminoso. Por isso Deus o ressuscitou e o colocou no posto mais elevado que possa existir, como Senhor do universo e da história. Os cristãos são convidados a fazer o mesmo: renunciar a todo e qualquer privilégio, até mesmo da boa fama, para pôr-se a serviço dos outros, até o fim. 

No Evangelho(Lc 14,15-24), vemos que o Reino de Deus é comparado ao banquete para uma festa de casamento. Nesta festa, destacam-se alguns personagens: 

- O rei: é Deus que organiza a festa de núpcias de seu filho Jesus; 

- A esposa: é a humanidade inteira, a própria Igreja; 

- Os servos: representam os profetas, os apóstolos e todos nós; 

- Os convidados: são as pessoas do mundo inteiro, somos todos nós. 

O convite divino para a festa preparada por Deus se mantém e é endereçado para todos nós, mas exige comprometimento da parte de quem o aceita. O desejo de Deus é que ninguém fique de fora. Quem aceita o convite precisa ter a coragem de abandonar as vestes velhas, do pecado, e vestir-se das roupas da conversão e da vida nova. Ninguém tem direito a esse banquete, é um convite. É sempre uma iniciativa divina.  

Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam aos seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado de Deus, são os indiferentes, que preferem cuidar de seus negócios particulares e não são motivados para a busca da salvação eterna, preferem outras festas que não duram para sempre. Os violentos não querem que a festa aconteça, querem eliminar os que se empenham na construção do Reino. Ainda que os representantes oficiais e os habituados à religião recusem o convite, dando mais importância aos seus próprios afazeres, o Reino permanece aberto para aqueles que comumente são julgados como excluídos: os marginalizados da sociedade e da religião. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR