Reflexão litúrgica: sexta-feira, 22/11/2024, Memória de Santa Cecília, virgem e mártir, XXXIII Semana do Tempo Comum

21 de Novembro de 2024

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 22/11/2024, Memória de Santa Cecília, virgem e mártir, XXXIII Semana do Tempo Comum"

O SER HUMANO É TEMPLO, ISTO É, SACRAMENTO DA PRESENÇA DE DEUS 

Na Liturgia desta sexta-feira, 33ª Semana do Tempo Comum, na 1ª Leitura (Ap 10,8-11), vemos que o fim da história, com o julgamento e a salvação, chega pelo anúncio do Evangelho. Por isso, ele deve ser comido, isto é, assimilado, para ser vivido e testemunhado. Ele é doce porque anuncia a salvação, mas é também amargo, porque provoca perseguições. A missão do povo de Deus é continuar profetizando a muitos povos, nações, línguas e reis. Profetizar é anunciar o Evangelho, ou seja, continuar o testemunho dado por Jesus. O anúncio é para todos, porque o Evangelho julga e salva: ou continuar com os ídolos e caminhar para a morte, ou aceitar o Deus revelado por Jesus, convertendo-se para viver. 

No Evangelho (Lc 19,45-48), vemos que Jesus, ao visitar o Templo de Jerusalém, mostra sua consciência de como as atividades religiosas podem ser corrompidas pelos interesses econômicos e políticos de alguns grupos dominantes. Neste texto, Jesus nos fala que devemos promover a vida e não as leis do mercado: "Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio". O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n° 53, também, nos diz: "Não a uma economia da exclusão e da desigualdade social. Esta economia mata, o ser humano é considerado um bem de consumo, descartável, resíduos, sobras etc." 

Os mandamentos do mercado podem ser assim enumerados e confrontados com os mandamentos da Lei de Deus: 

1°) Adora o dinheiro; 

2°) Usa o nome de Deus para justificar a guerra; 

3°) Não guarda o 'Dia do Senhor'; 

4°) Desmonta a família; 

5°) Mata e manda matar; 

6°) Legaliza o adultério; 

7°) Rouba legalmente; 

8°) Usa falso testemunho; 

9° e 10°) Cobiça tudo por meio da propaganda e dos meios de comunicação. 

Jesus nos diz que esse 'templo mercado’ deve ser destruído, mas Ele se consumiu para reconstruir o templo que é o ser humano: “O zelo por tua casa me consumirá". Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar somente em edifícios, mas no próprio ser humano. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR