“PORQUE EU, O SENHOR TEU DEUS, TE TOMO PELA MÃO E TE DIGO: NÃO TEMAS, EU TE AJUDO” (Is 41,13)
Na Liturgia desta quinta-feira, 1ª Semana da Quaresma, vemos, na 1ª Leitura (Est 4,17ss), que Ester, hebreia, feita esposa de um rei persa, acaba de saber que seu marido, por conselho de um ministro, decidiu o extermínio de seu povo. Apesar do perigo, decide enfrentar o rei. Prepara-se para isso por essa oração do texto, na qual se entrelaçam os motivos da culpa do povo de Deus, mas também a recordação de sua graça particular de povo amado, consagrado. Daí o grito de confiança: “Vem em meu auxílio, que estou sozinha e não existe outro socorro fora de ti”. Numa situação desesperada, mesmo que fosse por culpa própria, não resta outra coisa senão a radical confiança no socorro de Deus.
Ester, em sua súplica, recorre ao argumento supremo do oprimido: lembrar ao próprio Deus que foi Ele quem fez aliança com o povo, agora em situação difícil. Desse modo, a súplica torna-se uma espécie de decisão: o destino do povo compromete a honra de Deus. Se o povo for arruinado, o próprio Deus ficará desacreditado. Deus atende as preces e vem em socorro de seu povo. “Nele vivemos, nos movemos e existimos... Nele nós somos mais que vencedores... A Ele toda honra e toda glória”.
No Evangelho (Mt 7,7-12), vemos que a oração deve ser expressão das efetivas necessidades que a pessoa tem, na consciência de que o Pai as conhece e acolhe, mas principalmente de que Ele oferecerá tantas coisas boas a quem a Ele se dirige.
Neste texto Jesus convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para conosco mesmos. Se o texto, também insiste sobre a perseverança na oração, não é para ensinar uma técnica infalível de fazer pressão sobre Deus, mas para afirmar a benevolência de Deus e a certeza de que Ele é sempre inclinado à ternura. A tônica da parábola não recai tanto na perseverança em pedir, quanto na bondade e ternura do Pai do céu. Deus nos ouve sempre e nos ouve com alegria. Aquilo que um homem faria de má vontade, constrangido pela importunação do pedinte, o Pai do céu o faz com alegria. Se cremos que Deus é pai, saibamos que nos escuta sempre e que tudo o que nos for dado é sempre um bem para nós, porque Deus é bom. Pouco a pouco, orando sem nunca parar, chegaremos a tal contato com Deus que em nossa prece estará sempre presente àquela súplica mais profunda: “Seja feita a tua vontade”.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR




