Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 11/09/2025 – XXIII Semana do Tempo Comum

10 de Setembro de 2025

"Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 11/09/2025 – XXIII Semana do Tempo Comum"

SOMOS CHAMADOS A OLHAR O OUTRO COMO DEUS O VÊ, NÃO COMO INIMIGO, MAS COM MISERICÓRDIA

Na Liturgia desta quinta-feira da XXIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1ª Leitura (Cl 3,12-17), que na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço da reconciliação mútua e do bem comum. 

O Evangelho (Lc 6,27-38), revoluciona o campo das relações humanas, mostrando que, numa sociedade justa e fraterna, as relações devem ser gratuitas, à semelhança do amor misericordioso do Pai. Diante de uma cultura de morte: “dente-por-dente e olho-por-olho”, Jesus usa imagens fortes para dizer que não somos juízes, que também somos fracos e pecadores, e oferece alguns conselhos práticos que, se seguidos, certamente beneficiarão a nós mesmos. Se a vida em sociedade é feita de relacionamentos de interesses e reciprocidade que geram lucro, poder, prestígio e violência, o que vamos seguir: os ensinamentos de Jesus ou esse contágio ideológico? 

Somos chamados a olhar o outro como Deus o vê, não como inimigo, mas com misericórdia. Podemos discordar, combater posições, mas amar a pessoa. Não deixemos que os maus determinem o nosso modo de agir e nos contagiem. Jesus é o Senhor da minha vida, por causa Dele que amamos, perdoamos e somos livres, ninguém nos tirará a alegria de sermos livres. Enfim, se amar ‘os nossos’ já é difícil, então, e os chatos, os intragáveis? Não os amaremos se contarmos somente com nossas forças, temos que contar com a força do alto, o Espírito Santo virá em nosso socorro. 

Concluindo, podemos pensar: Se Jesus ofereceu tudo o que tinha de melhor (o Reino) aos pobres, fracos, aflitos, rejeitados... e nós e a sociedade, o que lhes damos? Podemos dizer que estamos honrando o nome de cristãos? Numa sociedade individualista, materialista, hedonista, violenta e preconceituosa, ainda tem lugar à proposta de Jesus? Agimos obedecendo absolutamente a Deus ou ao nosso ego, nossas ideias, acontecimentos ou alguma palavra de algum repórter policial ou de algum líder que quer combater a violência implantando os mesmos métodos violentos? 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá (PR) 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi (PR)