Reflexão litúrgica: segunda-feira, 11/12/2023, 2ª Semana do Advento

10 de Dezembro de 2023

"Reflexão litúrgica: segunda-feira, 11/12/2023, 2ª Semana do Advento"

DE JESUS, TIRAM-LHE TUDO, MENOS A CAPACIDADE DE AMAR E SER LIVRE 

Na Liturgia desta segunda-feira, 2ª Semana do Advento, na 1ª Leitura (Is 35,1-10), vemos que Deus prepara a volta dos exilados na Babilônia: transformando o deserto em terra verde; revigorando o povo abatido e preparando o caminho seguro de volta para casa. O profeta Isaías fala e se dirige aos que estão desanimados, para ajudá-los a confiar na salvação que vem do Senhor. Ele descreve as consequências da intervenção divina com imagens de pessoas que recuperam instantaneamente a saúde e com a participação da natureza nesta alegria. 

O profeta anuncia, com esperança e otimismo utópico, ao povo sofrido do exílio, um sinal eminente da sua libertação: a cura de surdos, mudos, coxos e cegos, isto é, cada pessoa recuperará sua identidade e viverá com dignidade no pleno uso de suas capacidades. 

Enfim, Deus faz nova história a partir dos mutilados e rejeitados da sociedade. O autor da virada histórica é o próprio Deus. Diante disso, ficam as seguintes questões: 

- Quais são os efeitos, os sinais, da chegada de Deus em nossas vidas? 

- Qual deserto deve florir e qual é a função da natureza? 

No Evangelho (Lc 5,17-26), Jesus propõe um caminho seguro para a felicidade, é um resumo do ensinamento de Jesus a respeito do Reino e da transformação que esse Reino produz. Jesus se apresenta como novo Moisés, que desce da montanha e transmite a lei, isto é, a vontade de Deus que leva a libertação ao ser humano. Jesus está diante de muitas pessoas, então, primeiro, Ele constata a realidade: Quem são? Com quem Ele está falando? Com os pobres, aflitos, mansos, com os que têm fome e sede de justiça, misericordiosos, puros de coração, promovem a paz etc. 

Em segundo lugar, Jesus conhece as dificuldades deles: perseguidos, injuriados, excluídos etc. Aqui, poderíamos observar, na mensagem, e ver de quem Jesus está falando? Ele havia dito: “A boca fala do que o coração está cheio”, então, Ele está falando Dele mesmo, certamente, de Maria, dos Santos, das famílias, das Instituições, enfim, de cada um de nós que nos identificamos com os que mais necessitam de nossa solidariedade. De Jesus, tiram-lhe tudo, menos a capacidade de amar e ser livre. 

Em terceiro lugar, Jesus os proclama “Felizes”, herdeiros do Reino de Deus. 

Em quarto lugar, Jesus não se limita a anunciar o reino aos sofredores, Ele apresenta algumas advertências e ameaças aos causadores dos males, que são a causa da miséria dos pobres e que possuem um comportamento perverso. 

Enfim, a questão que nos cabe é: como libertar os pobres, além dos louvores e discursos, mas com ações e com o engajamento nos Movimentos Sociais? Líderes destes Movimentos são bem aceitos? Quem a mídia elogia ou a historiografia enalteceu? Quem é satanizado e quem é valorizado? De quem nós gostamos mais? Neste texto, estão traçados dois modos de conceber a vida: ou pelo Reino de Deus ou pela própria consolação, isto é, ou em função exclusivamente desta vida ou em função da vida eterna. 


Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.  


Pe. Leomar Antonio Montagna 

Presbítero da Arquidiocese de Maringá - PR 

Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi - PR